segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Em dia de Parada Gay…*

*Escrito ontem, é claro

Um belo Domingo aqui na cidade de Pelotas vai abrir alas pra comunidade gay fazer sua festa e seu protesto na avenida Bento Gonçalves! Infelizmente o desfile é bem na hora do Ritmo e Poesia mas assim que terminar vou voando pra lá apreciar!

Vocês já pensaram em como a questão homossexual é tratada dentro do hip hop? É vergonhoso pensar que esse movimento pelo qual eu dou a cara a tapa, pelo qual eu pego e digo ao vivo na rádio que quem ouve tem cabeça, tem consciência, tem tanto preconceito quando a questão é orientação sexual.

Quando esse assunto é tratado dentro do movimento hip hop, é comum ouvir frases como “nada contra gay não, mas rap é coisa pra macho”. Um aviso pra você, querido: se você quer ter nojinho, quer ter cabeça fechada, pode ter, mas, ouça bem, nunca, JAMAIS utilize o rap como argumento para esse seu preconceito que não difere em nada daquele que você mesmo deve sofrer. Preconceito é tudo igual e nós do movimento temos o DEVER de lutar contra ele, caso contrário, o que nos diferencia dos demais estilos musicais?

Deixo aqui meu protesto com a ajuda da fala do senhor MV Bill, que na revista Carta Capita*l* falou do assunto:

CC: Foi por perceber isso (discriminação no Brasil) que você passou a se manifestar a favor do movimento homossexual?img009
MV Bill
: Estava em São Paulo, chegou um maluco ao lado da van e disse: “Sou homossexual, sou preto, sou da periferia, gosto de hip-hop, mas acho que eu seria muito discriminado dentro do hip-hop. Queria saber sua opinião”. Falei que não tinha opinião formada, mas ia pensar no assunto. Fiquei pensando quão contraditório era o hip-hop. A gente briga pela integração, pela inclusão, pelos direitos das minorias ou maiorias e escorrega quando fala de gênero ou orientação sexual. Mulher só tem espaço se for na cama ou fazendo backing vocal no fundo do palco. E homossexuais, nem pensar. 
Hoje acontecem coisas impressionantes na -Cidade de Deus, de héteros conversarem com homossexuais. Isso não acontecia, não podia nem chegar perto, se o cara dirigisse a palavra a um hétero podia ganhar tapa na cara e todo mundo achava certo. Hoje não, hoje existe relação de amizade, de contato. Posso usar a minha voz, a visibilidade que tenho, para mais essa questão, para mostrar que faço parte da luta anti-homofóbica.

**Matéria por Pedro Alexandre Sanches

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